Yane Marques, ex-pentatleta brasileira, bicampeã em Jogos Pan-Americanos e primeira mulher a ganhar uma medalha olímpica no pentatlo moderno da América Latina, agora afirma que mais mulheres devem fazer parte dos esporte.
Ele iniciou sua carreira esportista há quase 20 anos, sendo hoje, especialista em COB (Gestão Esportiva do Comitê Olímpico do Brasil). Teve a maior conquista de sua carreira ao conseguir o bronze nas Olimpíadas de Londres em 2012, mas sua conquista foi também em representar as mulheres latinas.
Ela conta que, aos 18 anos, quando Alexandre França a recrutou para treinar na Federação de Pentatlo Moderno em Recife, ela nem sabia o que era o esporte: “Meu deus, o que é pentatlo? Deve ser nadar, correr, pedalar e mais dois, né?”
Trajetória de Yane no Pentatlo Moderno
Yane iniciou na natação, esporte que praticava desde os 12 anos de idade, e por conta da bagagem, conseguiu se adaptar com mais facilidade no pentatlo.
“A diversidade das modalidades faz com que você não viva na rotina de fazer sempre a mesma coisa. No final de 2003 fiz a troca de esporte e fui aprendendo, evoluindo e a carreira durou um tempão”, conta ela.
Para ser a primeira mulher da América Latina a ganhar uma medalha olímpica no pentatlo, Yane precisou de muito esforço e dedicação, além de ter uma paixão pela modalidade.
“Fui agraciada pela situação, pelo momento da história, e tendo essa oportunidade agarrei com todas as minhas forças e não deixei escapar nada”, conta.
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A atleta recifense sempre encarou o esporte com muito profissionalismo, o que a fez se destacar. Além disso, ela aponta para a importância de manter uma saúde mental equilibrada durante a carreira, que sempre fez acompanhamento com sua psicóloga.
A representatividade
Uma brasileira, mulher e nordestina, nascida em Afogados da Ingazeira, cidade pequena localizada à 400 km da capital do estado de Pernambuco, chegou a Londres e subiu ao pódio, levando consigo uma grande representatividade no esporte.
Com isso, Yane incentiva mais mulheres a serem atletas, a acreditarem nelas mesmas, nos sonhos e correr para realizar: “Tô aqui, sou a prova viva. Nós conseguimos”, declara Yane, emponderada.
“Faço parte dessa linha tênue, dessa transição de mulheres que não podiam, não tinham oportunidade, que não vivenciaram e que a partir de agora estão sendo oportunizadas estão aproveitando isso. Uma vez dada a oportunidade para nós, mulheres, aí a guerra é nossa”, finaliza a bi-campeã.
Antes dela, poucas mulheres participavam do esporte, que era majoritariamente masculino. Mesmo que sua medalha completa agora dez anos, ela tem uma força enorme para as jovens atletas, mostrando que é possível chegar lá e que o Brasil tem excelentes atletas de pentatlo.