O atleta e medalhista paraolímpico que começou no futebol e migrou para o atletismo, Fábio Bordigon, traz uma apelo às políticas públicas do Brasil.
Ao completar 30 anos de idade, o atleta decidiu deixar o futebol de 7 da seleção brasileira e partir para o atletismo, onde se tornou um grande nome do esporte.
Conquistas de Fábio Bordignon
Não é uma tarefa fácil se tornar um atleta e vencer campeonatos sendo deficiente no Brasil. As paraolimpíadas traz vários obstáculos além da barreira física/mental dos atletas.
Fábio Bordignon, conquistou, em sua carreira no atletismo paraolímpico, duas medalhas de prata no Rio 2016 e uma medalha de bronze no Mundial em 2017, ocorrido em Londres.
Vencendo as barreiras, o atleta, atualmente, treina com a seleção brasileira de atletismo, no CT Paraolímpico Brasileiro, localizado na cidade de São Paulo.
Apelo às políticas públicas
Bordignon, agora com 30 anos, conta que ainda existe muitas dificuldades, apesar de ter melhorado desde o início de sua carreira como esportista.
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Os custos altos para se tornar um atleta, muitas vezes, impedem diversos talentos de seguirem em seu sonho.
“No Brasil, o atleta de alto rendimento é tratado como uma pessoa autônoma, uma pessoa que não é profissional. Isso é muito ruim, porque a gente dedica o dia inteiro, com horas e horas semanais de treinamento”.
“Trabalhamos igual a um profissional, mas as pessoas não reconhecem. Então, fica parecendo um hobby e não uma profissão”, declara Fábio Bordignon.
O apelo de Fábio para às políticas públicas refere-se ao apoio para que o atleta consiga, além de custear seu treinamento e gastos que vem com os jogos, como hospedagem e alimentação, deve ser visto como um profissional e não alguém que pratica um esporte por hobby, como são vistos no Brasil.
O país precisa de mais apoio, com leis e programas, como o Bolsa Atleta e a Compete Rio, que ajudam a impulsionar o esporte.
“Leis como a Compete Rio obrigam esse incentivo ao esporte e tiram muitas preocupações dos atletas em funções secundárias. De fato, vai ajudar muito”.
“É uma lei que fornece aos atletas de alto rendimento, por meio de suas federações, custos com passagens aéreas, alimentação, hospedagem e inscrição, entre outros, para as competições”, explica Fábio.
“O lado psicológico do atleta tem de estar muito focado em apenas executar aquilo que foi treinado e muitas das vezes o atleta não pensa somente nisso e outras preocupações acabam atrapalhando o seu resultado”.
“Além de ser um incentivo para as crianças que passam a ter essa mentalidade de que ser atleta é uma coisa boa e você acaba tirando muitas crianças da rua e do caminho da criminalidade”, completa.